QUANDO O AMOR TRANSFORMA UMA VIDA

Quando o amor transforma uma vida...

28-11-2010 01:55

  

                                                Capítulo Um

 

 

A imagem que se via era assustadora as 00:h daquela noite a duas semanas Clara pensou:

Curiosa, estacionei o velho carro do meu pai, um Fiat Uno 98 cor branca, no acostamento do outro lado da rua. Fiquei olhando de dentro do carro, vendo a multidão que se aglomerava cada vez mais do outro lado.

Eu nunca fazia o que estava fazendo nesse exato momento, numa situação dessa eu passava direto, ou quando não dava eu sempre desviava o caminho. Não gostava muito de multidões, principalmente quando o assunto era tragédia.

Mas naquela noite foi diferente, Clara pensou; Fui movida por uma curiosidade insana muito maior que a minha própria vontade. Continuei observando de dentro do carro, dava para perceber que alguém estava ferido, que ali tinha ocorrido um grave acidente.

Quando constatei esse fato, meu impulso foi de ligar o motor do meu carrinho e ir embora, para o aconchego do meu quarto e da minha cama. Mas a força que me levou até ali foi muito mais forte do que meu medo e aversão por tragédia, decidir seguir em frente...

Desci do carro e caminhei para o local que começava encher cada vez mais de curiosos, era gente falando de todos os lados dando sua opinião e o que achava. As vozes ficavam cada vez mais altas uns gritavam para não se aproximar e nem tocar no corpo, outros pediam para fazer um cordão ao redor de quem estivesse estirado ali no chão. Percebi que alguém já tinha chamado ajuda. Pois dava para se ouvir de  longe o barulho da sirene do corpo de bombeiros e da ambulância com a equipe de resgate.

Aproximei-me da multidão movida pela curiosidade como os outros que estavam ali em volta do local, para ver realmente o que tinha acontecido e se de alguma forma eu poderia ajudar, final eu pretendia me formar em medicina e queria de alguma formar ser útil.

Ao me aproximar avistei um corpo, alguns metros de distancia de um carro, modelo Eco Spot, cor preta, que agora parecia mais uma lata velha, no estado de destruição que se encontrava. Provavelmente pensei, o condutor estava sem o cinto de segurança, e na hora da colisão com o poste foi jogado para fora do veiculo.

Desvie da multidão, para chegar mais perto do corpo ensanguentado estirado no chão com um profundo corte na testa de onde saia muito sangue. Dei mais um passo a frente para ter uma visão melhor...

Fique estagnada, meu coração gelou, não consegui desviar o olhar da imagem estirada no asfalto, fiquei desesperada sem saber o que fazer, o meu coração estava tão acelerado que parecia que iria saltar pela boca. Meu inconsciente só tinha uma frase que insistentemente se repita na minha cabeça.

Não!Não!...  Não pode ser! Ele não. Não com ele. Clara balançou a cabeça desnorteada com a cena que estava vendo.

Tive que fazer um grande esforço para continuar em pé por que a sensação era que iria desmaiar a qualquer momento, minha cabeça girava totalmente desnorteada.

No chão totalmente sem vida estava o garoto que sempre atormentava meus sonhos, e alimentava minhas fantasias de adolescente, que agora estava irreconhecível diante de tamanha tragédia, fique ali observando com o coração totalmente em pedaços sem saber o que fazer para socorrer a pessoa que eu amava. Queria chegar mais perto e conversar com ele, mais a barreira humana impedia que eu chegasse onde ele estava.

Sentir que as lagrimas caírem livremente pelo meu rosto num gesto de desespero, me agarrei a todos os santos que conhecia num pedido silencioso, para quer o socorro chegasse logo para salvá-lo.

Finalmente depois do que parecia uma eternidade ouvi a equipe medica pedindo para os curiosos se afastarem e abrirem caminho para que eles pudessem passar com a maca e fazerem os primeiros socorros.

Com muito esforço escorei-me em uma jovem que estava do meu lado. Ela disse:

― “È a coisa foi feia ― com certeza ele está morto”. Ela dizia balançando a cabeça num gesto de pena.

A vontade que eu tinha, era de sacudi-la e mandá-la calar a boca e perguntar quem era ela para dar esse diagnóstico da pessoa que eu amava. Quem era ela para quere matar meus sonhos. Pensei desesperada naquele momento.

Precisava me acalmar. Meu coração dizia que o Fred iria ficar bem e que foi só um acidente que logo, ele iria acorda. Clara pensou confiante. O que aquela garota imbecil falou não era verdade e que ele iria sobreviver.

Os médicos pediam para que todos que estivesse ali se afastassem, mais eu não conseguia sair, estava como que pregada no chão, meus olhos estava fixo nele no seu corpo imóvel ali sem vida, sendo socorrido pela equipe de resgates. Eu precisava de um sinal. Eu tinha que saber se ele estava vivo e não queria me afastaria dali até ter essa certeza.

Depois de muito tempo finalmente ouvir os gritos dos paramédicos, falando que ele estava respirando, mais que precisava tirá-lo imediatamente dali, por que se não poderia ser tarde demais. Parecia que todo mundo entende se o que a equipe de resgate havia falado, por quer aos poucos foram se dispersando e abrindo espaço para os médicos remover o corpo.

Senti meus batimentos cárdicos voltarem ao normal, mesmo que esse sentimento fosse por pouco tempo, mais só em saber que estava vivo já confortava meu coração, na esperança que Deus pudesse salvar sua vida.

Com muita relutância me afastei do local, junto com os demais que estavam ali para que os médicos pudessem fazer seu trabalho. A garota que estava ao meu lado tinha sumido melhor assim Clara concluiu.

Em quanto caminhava para o acostamento onde estava meu carro, vi que a equipe de resgate estava removendo o Fred para ambulância e pedindo para alguém da equipe ligar para família do jovem.

Entrei no carro e fique esperando a ambulância sair, com o seu corpo quase morto. As lagrimas continuavam a cari pela minha face, já não sabia se era de alivio por ele ainda estar vivo ou de temor pela sua vida. Senti um aperto agudo no peito medo de nunca mais vê-lo...

Liguei o carro fui dirigindo bem de vagar com a visão embasada pelas lagrimas, sua imagem nos corredores do colégio me veio à mente...

Lembro-me do dia em que o vi pela primeira vez há mais de dois anos. Ele era o garoto mais bonito que já tinha visto na vida. Quando o avistei não conseguia desviar o olhar de tamanha beleza. Com 1.85m de altura, olhos verdes, e cabelos castanhos quase louros, arrepiados, com um corte tipo da moda. Fred tinha o corpo um atlético, de quem praticava muito exercício. Com o tempo descobri que adorava esportes radicais.

Fred era um verdadeiro “Deus grego”. Com um charme irresistível. Com meus   dezesseis anos, descobrir ali naquele exato momento que estava perdidamente apaixonada por ele. Foi amor à primeira vista pensei.

Fred era o sonho de todas as garotas do colégio, e naquele momento passou a ser o meu também, com uma diferença, no meu caso era um sonho impossível.

Fred tinha passado os últimos três anos nos Estados Unidos, retornou ao Brasil para terminar os estudos.

Aos 19 anos, já estava bem atrasado. Mais para quem tinha dinheiro, que era o caso dele, isso nunca seria problema.

Durante todos esses anos, sempre que eu tinha oportunidade ficava o observado sem ninguém perceber. Eu adoro ficar olhando para Fred, mesmo sabendo que nunca iria dirigir seu olhar pra mim. Pessoas como eu não exista pra ele, e nem para os seus amigos babacas. Mas não importava, contentava-me só em estar ali me deslumbrando com a sua beleza. Com seu rosto lindo que pouco se via um sorriso em seus lábios tão belos, para mim já era o bastante...

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